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sábado, 30 de janeiro de 2010

O vício


"Não podemos hoje imaginar a degenerescência moral separada da degenerescência fisiológica: a primeira nada mais é que o conjunto de sintomas da segunda: somos necessariamente maus, como somos necessariamente doentes... Mau: a palavra exprime aqui certas incapacidades que são fisiologicamente ligadas ao tipo da degenerescência: por exemplo, a fraqueza da vontade, a incerteza e até a multiplicidade da "pessoa", a impotência para suprimir a reação a uma excitação qualquer e de "dominar-se", o constrangimento diante de toda espécie de sugestão de uma vontade estranha. O vício não é a causa; o vício é a consequência."
(Friederich Nietzsche - Vontade de Potência)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Perguntas

Tenho buscado respostas durante minha vida inteira. Aquelas dúvidas interiores referentes à vida, morte, passado, presente e futuro.
Crises existenciais fazem parte da vida de qualquer pessoa. Não dá pra dizer que existe uma unica alma que não tenha lá seus demônios particulares. É inerente à condição humana.
Daí então o espírito se inquieta, a mente vaga e, quase que instintivamente, o homem sai à procura de respostas. E, como eu, pode passar a vida toda sem encontrar.
Algumas vezes as respostas estão bem diante do nariz, ao alcance das mãos, óbvias, porém, a inquietação é tão grande que, mesmo desejando tanto saber, o homem não enxerga a resposta.
Há quem diga que é isso o que motiva a vida,a busca por respostas, por sentido em meio a uma realidade tão ilógica,tão egoísta.
Contudo, estou percebendo que, na verdade, o que tem motivado minha vida não são as respostas, são as perguntas. Enquanto houverem perguntas, ainda valerá a pena. Quem sabe os demônios não sejam pra ser exorcizados? Infelizmente, a ideologia judaico-cristã vê o que assume ter lá os seus demônios como censurável, vítima de um mal terrível e carente de redenção.
Mas, não é redenção que estou procurando, eu quero novas perguntas, não ter certeza, nem discurso pronto. Eu quero arriscar, e só descobrir no final.
Porque eu não sou covarde.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Dica!


Versão fantástica de uma das melhores músicas da DMB!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A Perda do eu


"O eu não é dessas coisas a que o mundo dê muita importância. Com efeito, é aquela que menos curiosidade desperta e que é mais arriscado mostrar que se tem. O maior dos perigos, a perda desse eu, pode passar tão desapercebido dos homens como se nada tivesse acontecido. Nada há que faça tão pouco ruído, seja ela qual for, braço ou perna, fortuna, mulher etc., nenhuma perda pode passar desapercebida"
(Soren Kierkegaard - O Desespero Humano)

Desespero no finito ou carência de infinito

"Necessitar de infinito comprime e limita desesperadamente. Naturalmente, não se trata aqui senão de estreiteza e de indigência morais. Ao contrário, o mundo só fala de indigência intelectual ou estética ou de coisas indiferentes, que são as que mais o ocupam. Com efeito, porque a tendência é dar um valor infinito às coisas indiferentes. A reflexão de quase toda gente prende-se sempre às nossas pequenas diferenças, sem que, naturalmente, se dê conta da nossa única necessidade - porque a espiritualidade está em dar-se conta dela -, por isso nada percebem dessa indigência, dessa estreiteza, que é a perda do eu, perdido não porque se evapore no infinito, mas porque se fecha no finito, e porque em vez dum eu se torna um número, mais um ser humano, mais uma repetição dum eterno zero." (Soren Kierkegaard - O Desespero Humano)

O diário do niilista

"O assombro ante a descoberta do "falso".
Vazio; ausência de pensamentos: as paixões revolvem-se em derredor de assuntos sem valor: - os espectadores destes impulsos absurdos, o pró e o contra: - é necessário refletir com ironia e frieza entre si mesmo. - Os mais fortes impulsos aparecem como sedutores e mentirosos: como se devêramos crer em seus objetivos. A maior força não mais sabe a quem deve servir. O meios existem porém sem finalidade. O ateísmo encarado como falta de ideal.
Fase da negação apaixonada; é quando nela se alivia o desejo longamente acumulado de afirmação e de adoração...
Fase do desprezo até da negação... até da dúvida... até da ironia... até do próprio desprezo...
Catástrofe: Não será a mentira algo de divino? Não reside o valor de todas as coisas precisamente em serem falsas?... Não convirá crer em Deus, não porque seja verdadeiro, mas porque seja falso?... Não será o desespero apenas conseqüência da crença na verdade divina? Não será justamente a mentira, a falsificação, substituindo um falso motivo, que dá um valor, um sentido, um fim?... " (Friedrich Nietzche - Vontade de Potência)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Dorian Gray


"Aqueles que descem além da superfície fazem-no com risco seu"
(Dorian Gray)

domingo, 17 de janeiro de 2010

Procuro Companhia


Procuro companhia
Pra uma tarde preguiçosa
Pra uma noite de amor
Pra enxugar minhas lagrimas
Pra dizer que me ama
Pra fazer nada junto
Pra trazer paz apenas com um toque
Pra descobrir o mundo
Pra compartilhar as dores
Pra sonhar junto
Pra acordar junto
Pra viver
Pra morrer
Pra ser
Pra estar
Procuro você

Eu quero


Quero outra chance
Pra mostrar que a primeira não é a ultima
Quero um beijo
Pra mostrar que as mágoas são podem torná-lo amargo
Quero esperança
Pra sempre acreditar que ainda está em tempo
Quero um abraço
Pra exorcizar o medo
Quero um sorriso
Pra iluminar minha existência
Quero sonhar
Pra que você faça parte dos meus sonhos
Quero a eternidade
Pra gastá-la ao seu lado
Quero a felicidade
Pra provar que ela tem nome, endereço e telefone
Quero um megafone
Pra gritar pro mundo que não quero mais nada
Só quero você

Uma lição


“Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.”
(Antoine de Saint-Exupery - O Pequeno Príncipe)

Sinto

Sinto-me a procura de mim mesmo. Sinceramente, não sei o que quero ou o que realmente sinto além disso.

A cada momento o amor parece ser mais uma ilusão, fruto de um permanente desejo de ser feliz e provar que ainda há esperança para uma humanidade corrompida.

O orgulho de ter as coisas como quero é torturante. Fui até onde conseguia, um pouco além até, e, hoje, penso que pode ter sido para não machucar o ego. Estaria a felicidade atrelada a uma pessoa ou a um sentimento?

Cansei de correr atrás de sonhos dos outros, desejos pré-fabricados de sucesso, fama, reconhecimento. Ninguém faz o que quer e sim corre atrás das vontades impostas pela sociedade, esta, sendo também mais uma desculpa para o homem não estar sozinho. Por que tanto medo da solidão? O que há de tão assustador em se estar face a face consigo mesmo? Acho que o ego é muito assustador , forte e ditador e, então, o homem prefere a conveniência de estar acompanhado de pessoas vazias a enfrentar a si próprio na escuridão dos pensamentos.

Fico irritado nos constantes papos de surdo e mudo que presencio ou mesmo acabo fazendo parte. Não há o real interesse pelo outro, antes, o velho egoísmo se disfarça de altruísmo com um único objetivo, obter dos outros a satisfação do próprio ego, o reconhecimento do favor prestado a si mesmo.

As vozes são muitas, umas vem dos demônios interiores, outras ecoam de trilhas sonoras de consumismo, que são injetadas para que se acalmem os ânimos e refreiem a revolução mais poderosa de todas, a da alma, a total e definitiva revolução contra o ego. Não se vive sozinho; a felicidade é pra ser compartilhada; deve-se correr atrás dos sonhos; só existe a busca pela vitória; não se deve desistir; a disciplina é a maior das virtudes... Quantas vozes, pensamentos enlatados, fruto do domínio a que o homem está submetido.

Por que não viver sozinho? O que uma sociedade do “cada um por si” me acrescenta?

Que felicidade? A inalcançável felicidade de se comprar mais e mais a cada novo salário e nunca ter o bastante? A felicidade e “amar” e “compartilhar” a mútua traição de se buscar o beneficio próprio?

Ninguém sonha o próprio sonho acordado, e sim aceita a vontade alheia do que é melhor e desejável. Corre-se mais e mais atrás do produto do mercado, o sucesso do ego que queima na fogueira das vaidades, numa frenética corrida para se chegar lá, não se sabe onde.

A vitória é ouro de tolos, premio outorgado aos que aceitam ser medíocres e buscam os louros de méritos duvidosos. O que é legitimo então? Não tenho a reposta.

Desistir dos objetivos comprados num shopping de sonhos e vaidades? Desistir de ser mais um zumbi possuído ao mesmo tempo pelo próprio ego e pelo ego coletivo?

Disciplina em se permanecer submisso à escravidão, às cadeias de uma vida de mentiras que tornam a jornada mais suportável?

E o que dizer da liberdade? Liberdade de fazer o que quiser com os outros sob o pretexto de se estar buscando a própria felicidade?

Definitivamente, não é isso que eu quero pra mim. Agora, fica mais fácil, eu sei o que não quero, resta saber o que quero, o que é real num mundo onde o virtual é moda, onde o que é passageiro é desejável, onde não pensar e ser dominado é a regra.

Quem Somos nós

Animais cujos corações estão perdidos, incapazes de se comunicarem, confusos numa babel de sentimentos...

Vítimas do próprio preconceito, abismos intransponíveis de separação.

Comunhão fingida, superficialidade ensaiada.

Show de vaidades, espectadores mórbidos e inertes.

Medo socialmente correto, politicamente engajado.

Discursos prosaicos e vazios.

Almas carentes, famintas pela sinceridade cativa.

Ansiosas pelo amor liquefeito no calor da modernidade.

Sem um lar, peregrinos em terra hostil.

Escravos das engrenagens de um sistema impiedoso.