Eu olho ao redor e tudo o que vejo me desanima
As pessoas parecem perdidas em seus próprios interesses
Aprisionadas na rotina, em busca de satisfação
Mas não sabem realmente o que fazer
Eu não sei
Eu quero acreditar nas coisas boas,
E ter esperança de que o feitiço deste século se quebre
Porém, eu mesmo não sou bom
Eu mesmo sou escravo
Não consigo distinguir o que é real do que me fizeram acreditar que é real
Através dos olhos da ciência, vejo o mundo de modo pessimista
E encaro a vida como resultado de complexos processos
Processos que, confesso, acho que nunca vou entender
Um dia eu tentei a religião
E encontrei mais perguntas que respostas
Chorei as mentiras contadas às pessoas
Sob o pretexto de salvação da alma
Com a desculpa de que o melhor está no por vir
E hoje, sou resultado da colisão de duas realidades tão opostas
Percebi que não se trata da “Ciência” ou da “Religião”
Na verdade, temos cientistas e religiosos
E, como homens que são, ambos mentem, crêem em excesso
Acreditam sempre ter descoberto o grande “segredo” até que alguém venha com uma nova idéia
E as idéias antigas se tornam fora de moda
Quer dizer, fora de moda até que alguém, muito ou pouco tempo depois,
Diga que na verdade eram boas e o ciclo se feche novamente
Portanto, só posso dizer que não sei
Acreditar ou verificar?
A priori ou a posteriori?
Diria que minha alma está assombrada
Entretanto, nem sei se tenho uma alma
E, por assim dizer, nem sei se posso ser assombrado
Talvez seja louco
Mas a loucura também depende do ponto de vista
Então não sei
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