terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Desespero no finito ou carência de infinito
"Necessitar de infinito comprime e limita desesperadamente. Naturalmente, não se trata aqui senão de estreiteza e de indigência morais. Ao contrário, o mundo só fala de indigência intelectual ou estética ou de coisas indiferentes, que são as que mais o ocupam. Com efeito, porque a tendência é dar um valor infinito às coisas indiferentes. A reflexão de quase toda gente prende-se sempre às nossas pequenas diferenças, sem que, naturalmente, se dê conta da nossa única necessidade - porque a espiritualidade está em dar-se conta dela -, por isso nada percebem dessa indigência, dessa estreiteza, que é a perda do eu, perdido não porque se evapore no infinito, mas porque se fecha no finito, e porque em vez dum eu se torna um número, mais um ser humano, mais uma repetição dum eterno zero." (Soren Kierkegaard - O Desespero Humano)
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