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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O diário do niilista

"O assombro ante a descoberta do "falso".
Vazio; ausência de pensamentos: as paixões revolvem-se em derredor de assuntos sem valor: - os espectadores destes impulsos absurdos, o pró e o contra: - é necessário refletir com ironia e frieza entre si mesmo. - Os mais fortes impulsos aparecem como sedutores e mentirosos: como se devêramos crer em seus objetivos. A maior força não mais sabe a quem deve servir. O meios existem porém sem finalidade. O ateísmo encarado como falta de ideal.
Fase da negação apaixonada; é quando nela se alivia o desejo longamente acumulado de afirmação e de adoração...
Fase do desprezo até da negação... até da dúvida... até da ironia... até do próprio desprezo...
Catástrofe: Não será a mentira algo de divino? Não reside o valor de todas as coisas precisamente em serem falsas?... Não convirá crer em Deus, não porque seja verdadeiro, mas porque seja falso?... Não será o desespero apenas conseqüência da crença na verdade divina? Não será justamente a mentira, a falsificação, substituindo um falso motivo, que dá um valor, um sentido, um fim?... " (Friedrich Nietzche - Vontade de Potência)

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