sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Uma luz
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Saudade de nós
Não por estar triste, porém,
Nem poderia estar feliz
Apenas vivo a ausência
Da melhor parte da minha alma
Que continha a felicidade e a realização
Resumidas em um sorriso e enfatizadas num olhar
Não são dores nem tormentos
É o tempo, implacável e imparável
Que apaga as memórias e silencia o choro
E a vida, desajeitada e mal humorada, insiste em seguir
Vivo a ausência de instantes eternos
Instantes sinceros, que vivi e sonho viver
Na descoberta de um amor imensurável
Com saudade da época em que não era eu
Não era você
Éramos nós
Almas entrelaçadas
Corações em ressonância
Não que esteja triste
Nem que esteja só
Apenas estou eu
E queria estar nós
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Imagem e Semelhança
segunda-feira, 12 de julho de 2010
O silêncio
domingo, 4 de julho de 2010
O meu caminho
domingo, 20 de junho de 2010
domingo, 23 de maio de 2010
sábado, 15 de maio de 2010
Falando o que não devo!
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Quando penso...
sexta-feira, 19 de março de 2010
Não sei
Eu olho ao redor e tudo o que vejo me desanima
As pessoas parecem perdidas em seus próprios interesses
Aprisionadas na rotina, em busca de satisfação
Mas não sabem realmente o que fazer
Eu não sei
Eu quero acreditar nas coisas boas,
E ter esperança de que o feitiço deste século se quebre
Porém, eu mesmo não sou bom
Eu mesmo sou escravo
Não consigo distinguir o que é real do que me fizeram acreditar que é real
Através dos olhos da ciência, vejo o mundo de modo pessimista
E encaro a vida como resultado de complexos processos
Processos que, confesso, acho que nunca vou entender
Um dia eu tentei a religião
E encontrei mais perguntas que respostas
Chorei as mentiras contadas às pessoas
Sob o pretexto de salvação da alma
Com a desculpa de que o melhor está no por vir
E hoje, sou resultado da colisão de duas realidades tão opostas
Percebi que não se trata da “Ciência” ou da “Religião”
Na verdade, temos cientistas e religiosos
E, como homens que são, ambos mentem, crêem em excesso
Acreditam sempre ter descoberto o grande “segredo” até que alguém venha com uma nova idéia
E as idéias antigas se tornam fora de moda
Quer dizer, fora de moda até que alguém, muito ou pouco tempo depois,
Diga que na verdade eram boas e o ciclo se feche novamente
Portanto, só posso dizer que não sei
Acreditar ou verificar?
A priori ou a posteriori?
Diria que minha alma está assombrada
Entretanto, nem sei se tenho uma alma
E, por assim dizer, nem sei se posso ser assombrado
Talvez seja louco
Mas a loucura também depende do ponto de vista
Então não sei
sábado, 27 de fevereiro de 2010
inacabada
Sinto vontade de dizer o que nunca foi dito
De escrever o que nunca foi escrito
Com palavras que não pareçam plágio
De poesias decoradas
Vestindo máscaras de originalidade
Quero cantar uma música que não foi ensaiada
Cuja letra é espontânea
E a melodia é improviso
Pra não lamentar o passado
E não prever o futuro
Pra não precisar sonhar
Principalmente os sonhos dos outros
Procurando um caminho
Por onde apenas eu possa andar
Que me leve aonde ninguém foi
E me ensine o que ninguém aprendeu
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Ecos da alma
Nietzche
sábado, 6 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Vistas grossas
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui"
sábado, 30 de janeiro de 2010
O vício
"Não podemos hoje imaginar a degenerescência moral separada da degenerescência fisiológica: a primeira nada mais é que o conjunto de sintomas da segunda: somos necessariamente maus, como somos necessariamente doentes... Mau: a palavra exprime aqui certas incapacidades que são fisiologicamente ligadas ao tipo da degenerescência: por exemplo, a fraqueza da vontade, a incerteza e até a multiplicidade da "pessoa", a impotência para suprimir a reação a uma excitação qualquer e de "dominar-se", o constrangimento diante de toda espécie de sugestão de uma vontade estranha. O vício não é a causa; o vício é a consequência."
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Perguntas
domingo, 24 de janeiro de 2010
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
A Perda do eu
"O eu não é dessas coisas a que o mundo dê muita importância. Com efeito, é aquela que menos curiosidade desperta e que é mais arriscado mostrar que se tem. O maior dos perigos, a perda desse eu, pode passar tão desapercebido dos homens como se nada tivesse acontecido. Nada há que faça tão pouco ruído, seja ela qual for, braço ou perna, fortuna, mulher etc., nenhuma perda pode passar desapercebida"
(Soren Kierkegaard - O Desespero Humano)
Desespero no finito ou carência de infinito
O diário do niilista
Vazio; ausência de pensamentos: as paixões revolvem-se em derredor de assuntos sem valor: - os espectadores destes impulsos absurdos, o pró e o contra: - é necessário refletir com ironia e frieza entre si mesmo. - Os mais fortes impulsos aparecem como sedutores e mentirosos: como se devêramos crer em seus objetivos. A maior força não mais sabe a quem deve servir. O meios existem porém sem finalidade. O ateísmo encarado como falta de ideal.
Fase da negação apaixonada; é quando nela se alivia o desejo longamente acumulado de afirmação e de adoração...
Fase do desprezo até da negação... até da dúvida... até da ironia... até do próprio desprezo...
Catástrofe: Não será a mentira algo de divino? Não reside o valor de todas as coisas precisamente em serem falsas?... Não convirá crer em Deus, não porque seja verdadeiro, mas porque seja falso?... Não será o desespero apenas conseqüência da crença na verdade divina? Não será justamente a mentira, a falsificação, substituindo um falso motivo, que dá um valor, um sentido, um fim?... " (Friedrich Nietzche - Vontade de Potência)
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
domingo, 17 de janeiro de 2010
Procuro Companhia
Eu quero
Quero outra chance
Pra mostrar que a primeira não é a ultima
Quero um beijo
Pra mostrar que as mágoas são podem torná-lo amargo
Quero esperança
Pra sempre acreditar que ainda está em tempo
Quero um abraço
Pra exorcizar o medo
Quero um sorriso
Pra iluminar minha existência
Quero sonhar
Pra que você faça parte dos meus sonhos
Quero a eternidade
Pra gastá-la ao seu lado
Quero a felicidade
Pra provar que ela tem nome, endereço e telefone
Quero um megafone
Pra gritar pro mundo que não quero mais nada
Só quero você
Uma lição
“Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.”
(Antoine de Saint-Exupery - O Pequeno Príncipe)
Sinto
Sinto-me a procura de mim mesmo. Sinceramente, não sei o que quero ou o que realmente sinto além disso.
A cada momento o amor parece ser mais uma ilusão, fruto de um permanente desejo de ser feliz e provar que ainda há esperança para uma humanidade corrompida.
O orgulho de ter as coisas como quero é torturante. Fui até onde conseguia, um pouco além até, e, hoje, penso que pode ter sido para não machucar o ego. Estaria a felicidade atrelada a uma pessoa ou a um sentimento?
Cansei de correr atrás de sonhos dos outros, desejos pré-fabricados de sucesso, fama, reconhecimento. Ninguém faz o que quer e sim corre atrás das vontades impostas pela sociedade, esta, sendo também mais uma desculpa para o homem não estar sozinho. Por que tanto medo da solidão? O que há de tão assustador em se estar face a face consigo mesmo? Acho que o ego é muito assustador , forte e ditador e, então, o homem prefere a conveniência de estar acompanhado de pessoas vazias a enfrentar a si próprio na escuridão dos pensamentos.
Fico irritado nos constantes papos de surdo e mudo que presencio ou mesmo acabo fazendo parte. Não há o real interesse pelo outro, antes, o velho egoísmo se disfarça de altruísmo com um único objetivo, obter dos outros a satisfação do próprio ego, o reconhecimento do favor prestado a si mesmo.
As vozes são muitas, umas vem dos demônios interiores, outras ecoam de trilhas sonoras de consumismo, que são injetadas para que se acalmem os ânimos e refreiem a revolução mais poderosa de todas, a da alma, a total e definitiva revolução contra o ego. Não se vive sozinho; a felicidade é pra ser compartilhada; deve-se correr atrás dos sonhos; só existe a busca pela vitória; não se deve desistir; a disciplina é a maior das virtudes... Quantas vozes, pensamentos enlatados, fruto do domínio a que o homem está submetido.
Por que não viver sozinho? O que uma sociedade do “cada um por si” me acrescenta?
Que felicidade? A inalcançável felicidade de se comprar mais e mais a cada novo salário e nunca ter o bastante? A felicidade e “amar” e “compartilhar” a mútua traição de se buscar o beneficio próprio?
Ninguém sonha o próprio sonho acordado, e sim aceita a vontade alheia do que é melhor e desejável. Corre-se mais e mais atrás do produto do mercado, o sucesso do ego que queima na fogueira das vaidades, numa frenética corrida para se chegar lá, não se sabe onde.
A vitória é ouro de tolos, premio outorgado aos que aceitam ser medíocres e buscam os louros de méritos duvidosos. O que é legitimo então? Não tenho a reposta.
Desistir dos objetivos comprados num shopping de sonhos e vaidades? Desistir de ser mais um zumbi possuído ao mesmo tempo pelo próprio ego e pelo ego coletivo?
Disciplina em se permanecer submisso à escravidão, às cadeias de uma vida de mentiras que tornam a jornada mais suportável?
E o que dizer da liberdade? Liberdade de fazer o que quiser com os outros sob o pretexto de se estar buscando a própria felicidade?
Definitivamente, não é isso que eu quero pra mim. Agora, fica mais fácil, eu sei o que não quero, resta saber o que quero, o que é real num mundo onde o virtual é moda, onde o que é passageiro é desejável, onde não pensar e ser dominado é a regra.
Quem Somos nós
Animais cujos corações estão perdidos, incapazes de se comunicarem, confusos numa babel de sentimentos...
Vítimas do próprio preconceito, abismos intransponíveis de separação.
Comunhão fingida, superficialidade ensaiada.
Show de vaidades, espectadores mórbidos e inertes.
Medo socialmente correto, politicamente engajado.
Discursos prosaicos e vazios.
Almas carentes, famintas pela sinceridade cativa.
Ansiosas pelo amor liquefeito no calor da modernidade.
Sem um lar, peregrinos em terra hostil.
Escravos das engrenagens de um sistema impiedoso.